A Prefeitura de Porto Alegre declara de utilidade pública, para fins de desapropriação, o prédio que compõe a história de Porto Alegre e onde funcionou a Confeitaria Rocco, localizado na Rua Riachuelo nº 1.626 e 1.638, na Capital.
A medida se fez necessária para a manutenção e proteção do prédio tombado pela municipalidade e pelo seu valor histórico, arquitetônico e cultural. O Decreto Municipal, assinado pelo prefeito José Fortunati, e pelo secretário da Fazenda, Roberto Bertoncini, está publicado no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa), desta segunda-feira, 23.
A Confeitaria Rocco foi tombada pelo município em 6 de janeiro de 1997, pelo processo nº 1.031342.96.5.000. O prédio, que pode ser caracterizado como uma singular manifestação do ecletismo na arquitetura da cidade, com tendências neoclássicas e barrocas no seu exterior e, internamente, de art nouveau, teve seu projeto iniciado pelo arquiteto Salvador Lambertini e concluído pelo arquiteto Manuel Itaqui Barbosa Assumpção.
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Construído entre 1910 e 1912 para funcionar como fábrica de doces, confeitaria e salão de festas, distribuídos em 1.560,00 m² de área, o prédio está implantado em terreno de esquina, em diagonal à Praça do Portão, atual Praça Conde de Porto Alegre.
A estrutura da edificação é mista, composta de alvenaria de tijolos de barro e vigamentos de ferro trabalhado. Na fachada estão distribuídos três pares de esculturas denominadas atlantes, formados por um jovem, representando a América e a fartura e um idoso, representando a Europa e a abundância. A figura feminina central está emoldurada por uma lira tendo ao seu lado duas crianças, em alusão às artes, em especial à música.