quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

MUSEU DA HISTÓRIA E DA CULTURA DO POVO NEGRO - RS

Museu da História e da Cultura do Povo Negro em Porto Alegre pode ter parâmetros referenciais como o MUNCAB - Museu Nacional da Cultura Afro Brasileira da Bahia.

"A constituição do MUNCAB é parte do projeto de renovação da política cultural do Ministério da Cultura, como também é uma histórica reivindicação dos afro-descendentes e toda inteligência brasileira que deseja aprofundar a necessidade de fundar os pilares do desenvolvimento em bases culturais amplas, que acolham a contribuição popular e erudita que trouxe à nossa civilização uma impressionante gama de saberes, sentires e fazeres diferenciados e próprios, que nos caracterizam como uma das mais ricas culturas do mundo contemporâneo.

Desde que o primeiro negro foi feito escravo no continente africano e trazido para o Velho Continente Europeu e para o recém descoberto Continente Americano, a humanidade conheceu uma saga até hoje pouco registrada e reconhecida, que significou uma fantástica transformação cultural no mundo inteiro. Milhões de negros se seguiram, desde o século XV até o século XIX, ao primeiro negro que pôs os pés em nosso continente como escravo. Traficados nos porões escuros dos navios negreiros, eles nos trouxeram luzes que ainda precisam ser melhor focadas e reconhecidas pela contemporaneidade. A raça humana pode resgatar na grandeza da história dos escravos uma cultura de libertação e afirmação que acaba por trazer, à história do próprio homem no planeta, valores intangíveis, que a tangibilidade desta trajetória, deixada nos objetos de arte e trabalho e inúmeros documentos históricos, testemunha em quase todo o mundo.

Mas é na América e no Brasil que se pode perceber com toda grandeza o “quantum” desta contribuição e a sua natureza, condições decisivas para que tenhamos no presente a perspectiva de uma civilização singular e única. Apesar de perceptível esta participação tem sido negada e silenciada.

Daí a importância da criação de um Museu Nacional da Cultura Afro Brasileira que vem se juntar ao esforço de “pensadores e estudiosos da  vida brasileira que não escamoteiam a relevância formidável da contribuição, na nossa arte, do talento de origem africana, indelevelmente gravado em todas as etapas da evolução histórico-cultural do Brasil...” como diz o texto de apresentação da obra “A Mão Afro Brasileira – Significação Artística e Histórica”, organizada por Emanoel Araújo.

O projeto do Museu Nacional da Cultura Afro Brasileira já conta com a participação decisiva do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura e Turismo, que está doando dois prédios, na área do Centro Histórico, sendo um deles o Antigo Tesouro (imóvel nº 01 da rua do Tesouro).

Também participa deste esforço de criação do MUNCAB a UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, através da parceria, com o seu Museu Afro – ligado ao CEAO.
 
Em nossas primeiras ações, incluímos iniciativas de intercâmbios intercontinentais, com países e culturas africanas, sobretudo aqueles de onde vieram maiores contingentes de negros escravos, como Angola, Moçambique e Guiné, pois certamente teremos com este continente um permanente diálogo, em busca de cooperação, para trocar informações e promover benefícios mútuos.

Mas a constituição do MUNCAB não exige somente engenharia e arquitetura novas, requer também revoluções políticas, culturais e gerenciais. Exige o esforço de convencimento de que já é tempo de reconhecer oficialmente, em um espaço institucional próprio a importância dessa presença afro-brasileira, que permeia todas as dimensões da vida social e da cultura de nosso país, sua continuidade histórica e sua força de resistência bem como a variada gama de expressões espalhadas por todo o Brasil, independente de ter sido o esforço colonizador mais centrado no seu início na Bahia e em Pernambuco, pois ele se expandiu nacionalmente, alcançando regiões mais distantes, como Rio Grande do Sul ou a Amazônia, onde o negro africano e o afro-descendente também deixaram traços de sua forte influência como elemento formador.

A criação do Museu da Cultura Afro Brasileira permitirá recompor os fragmentos de nossa formação, não só tocante ao negro, mas também no que diz respeito aos outros protagonistas de nosso processo civilizatório, como o índio, o português, e todas as outras culturas que esta primeira base acolheu e misturou, consolidando este imenso território das diversidades, que nos identifica como a pluralidade mais bem sucedida do planeta.


  
A Bahia terá o merecido privilégio de sediar o Museu Nacional da Cultura Afro Brasileira, reclamado por outros estados. Particularmente em Salvador, que representa a Bahia como uma grande síntese, os afro-descendentes são mais do que memória. São vivas presenças na nossa história, como reivindicantes de sua memória como também articuladores de um novo presente, na política cultural que suas inúmeras iniciativas criam no tecido vivo da urbanidade local e nacional, inscrevendo gestos e atitudes novas e diferentes no cotidiano de nossa vida cultural. Não só a religiosidade dos terreiros e seus mitos transmitem ao seu povo códigos de resistência e afirmação, de auto-estima e promoção social, como também em todas as manifestações mais amplas da cidadania, como o carnaval, aportaram formas novas e criativas de transformar a nossa sociedade, pela própria mudança revolucionária de suas condições desde a escravatura. 

Em toda a nossa história eles fizeram valer a diferença. E a Cidade do Salvador, conhecida pela sua negritude, é o maior espaço vivo onde esta contribuição cultural se presentifica.

E não podemos ignorar estas contribuições. Elas servem como centro de referência do que somos e queremos ser. Desta maneira o MUNCAB deve ser concebido, para nele abrigar diversas “mídias”, escolas e outros instrumentos de difusão cultural, transformação e reconhecimento de tradições ancestrais, que sustentaram diante de condições adversas conhecimentos valiosos para nosso patrimônio como civilização. Nos prédios da rua do Tesouro, que tem cerca de 4.500 m2, serão instaladas salas de exposição, oficinas, arquivos, salas de recital, lojas e cafés, salas de aula, lan house, assim como um grade acervo de bens tangíveis e intangíveis, um verdadeiro tesouro que já foi inscrito em nossa história pelos negros e afros descendentes, para que todos possam ver, sentir e conhecer.

Ver o que somos de forma ampla é a missão cultural e política da Sociedade Amigos da Cultura Afro Brasileira. Queremos que todos vejam o que poucos vêem. Queremos fazer ver que a base fundamental de nossa riqueza como civilização, que nos credencia para um futuro maior e melhor, se compõe pelas diferenças que abrigamos em nossa identidade.

Nosso convite às empresas privadas e estatais, instituições culturais, educativas, órgãos públicos, para serem co-participantes do projeto de criação do MUSEU NACIONAL DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA é o reconhecimento das iniciativas que cabem a estas Instituições, que tem por função associar o seu fazer básico a finalidades sociais maiores, sobretudo na área da cidadania, onde certamente não falta a visão da histórica presença dos negros e afro-descendentes no Brasil, e de que os mesmos são exemplos da capacidade de resistir e provocar mudanças, considerando que aqui foram trazidos na condição de escravos e mudaram o seu próprio destino por um gigantesco processo de transformação, através do que produziram em todos os campos, desde o mais bruto trabalho braçal, que foram obrigados a realizar, e o carnaval, onde demonstram sua capacidade de louvar a liberdade e alegria de viver, dando à Bahia, ao Brasil e ao mundo, a mais criativa e universal manifestação de sua identidade, às mais complexas e sensíveis formas de compreender e produzir o mundo, nas ciências e nas artes, em nosso ambiente técnico, social e político."

José Carlos Capinan
Presidente

PENSANDO O MUSEU COMUNITÁRIO



Uma primeira consideração que faço é que o museu nunca é uma expressão direta da vida, como um pedaço de vida arrancada da realidade e exposta em um recinto. O museu é sempre uma interpretação da vida, uma seleção específica e significativa da realidade. Quando não colocamos essa apreciação logo de saída, existe o perigo de ocultar a interpretação e o autor da interpretação. 
A palavra “vivida” nos refere, ao autêntico, ao que constitui parte da experiência viva de culturas e sociedades diversas. Mas devemos recordar Tony Bennett, “o visitante de um museu nunca está em uma relação de contato direto, sem mediações, com a ‘realidade do artefato’, e portanto, com a realidade do passado. Daí, essa ilusão, esse fetichismo do passado é em si mesmo um efeito do discurso. Porque a concretude aparente do artefato de museu é conseqüência da familiaridade que resulta de sua colocação em um contexto interpretativo que se molda a uma tradição e que tem ressonância nas representações do passado que têm uma ampla circulação social.”
De tal forma que as representações históricas podem nos parecer “vivas” ou autênticas, unicamente porque dão concretude a interpretações que temos visto repetidamente e que têm cobrado uma legitimidade por sua associação com imagens amplamente difundidas acerca de uma comunidade ou uma cultura. 
Atualmente , o aspecto de ser “vivido” pode referir-se a outro aspecto das representações culturais, quer dizer, o grau no qual captam movimento e animação, e são capazes de envolver todos os sentidos em uma experiência de grande impacto e espetacularidade. Pode se considerar como “história vivida” uma simulação da vida em épocas anteriores, que utilize todos os recursos da tecnologia moderna para recriar sons, cheiros e movimento. 
Para muitos é importante esclarecer: não queremos um museu da “história vivida” entendido como um entrave de etnicidade simulada, um cenário que recria a história, o mito e o folclore em um espaço antisséptico e seguro para os visitantes, um espaço que trivializa significados profundos, que descontextualiza a cultura da realidade de pobreza e exclusão que vivem as comunidades. Mas, sobretudo não queremos espaços onde a animação da apresentação oculte a voz dos que falam e o direito que têm as comunidades para falar de si mesmas por si mesmas. Não buscamos que o objeto cubra vida no museu, mas que os sujeitos sociais, as comunidades, projetem suas vidas como interpretadores e autores de sua história.

Paulo freire assinala que o homem é sujeito porque é um ser de relações, capaz de refletir, de fazer crítica, de ser consciente de sua historicidade, de optar, de criar e transformar a realidade. Ser sujeito é a vocação ontológica do homem, pela qual não pode renunciar sem converter-se em um mero espectador dos feitos, um receptor de receitas apenas, um objeto. Para nós, o museu comunitário é uma ferramenta para a construção de sujeitos coletivos, enquanto as comunidades se apropriam dele para enriquecer as relações no seu interior, desenvolver a consciência da própria história, propiciar a reflexão e a crítica e organizar-se para a ação coletiva transformadora.
Ser sujeito implica auto-conhecimento e o museu comunitário é uma ferramenta para que a comunidade construa um auto-conhecimento coletivo. Cada pessoa que participa selecionando os temas a estudar, capacitando-se, realizando uma entrevista ou sendo entrevistado, reunindo objetos, tomando fotografias, fazendo desenhos, está conhecendo mais a si mesmo e ao mesmo tempo está conhecendo a comunidade à qual pertence. Está elaborando uma interpretação coletiva de sua realidade e de sua história. 
Ser sujeito igualmente implica criatividade e o museu comunitário propicia a criação coletiva toda vez que oferece uma oportunidade às pessoas que participem dos processos coletivos para expressar suas histórias de sua própria maneira. A pessoa criativa não aceita soluções dadas, busca inventar novas formas de abordar sua realidade e o museu comunitário é um espaço de organização para impulsionar novas propostas e projetos comunitários.
Assim, o museu comunitário é uma opção diferente do museu tradicional. A instituição do museu surgiu com base em uma história de concentração de poder e riqueza, que se refletia na capacidade de concentrar tesouros e troféus arrancados de outros povos. Para Napoleão, Paris era o lugar onde as obras tinham “seu verdadeiro lugar para honra e progresso das artes, sob o cuidado da mão de homens livres” e alimentou o Louvre de troféus de guerra dos lugares que caíam sob seu império. O museu comunitário tem uma genealogia diferente: suas coleções não provêm de despojos, mas de um ato de vontade. O museu comunitário nasce da iniciativa de um coletivo não para exibir a realidade do outro, mas para defender a própria. É uma instância onde os membros da comunidade livremente doam objetos patrimoniais e criam um espaço de memória.
Em um museu comunitário o objeto não é o valor predominante, mas sim a memória que se fortalece ao recriar e reinterpretar as histórias significativas. Assim, os membros da comunidade utilizam o museu comunitário para recriar como eram as coisas antes, para reviver eventos e práticas que os marcaram. Porém o museu também é um instrumento para analisar a memória, para reinterpretar o passado e discernir o aprendizado de experiências anteriores. 
No museu comunitário as pessoas inventam uma forma de contar suas histórias e dessa maneira participam, definindo sua própria identidade em vez de consumir identidades impostas. Criam novo conhecimento em vez de amoldar-se a uma visão central, à interpretação dominante da história nacional que sempre os exclui e os esquece ou os manipula os registros. Lutam contra uma longa história de desvalorização, ao valorizar suas histórias e os feitos cotidianos da vida comunitária. Assim, se apropriam de uma instituição criada para a elite para afirmar-se e legitimar seus próprios valores.
O museu comunitário se converte em uma ferramenta para manejar o patrimônio sob as formas do poder comum. Por um lado, serve para manter ou recuperar a posse de seu patrimônio cultura material e por outro, permite uma apropriação simbólica do que é seu, ao elaborar o que significa em sua própria linguagem. Através do museu, a comunidade busca exercer poder sobre o que é seu e luta contra a expropriação.

Assim , o museu comunitário não responde a decisões de autoridades centrais, nem no seu conteúdo nem em sua operação. Vincula-se diretamente à comunidade, porém não depende de instituições estaduais ou federais. O grupo que dirige o museu é uma instância organizada da comunidade, seja vinculada ao governo local, seja constituído como organização não governamental. Através do tempo, permite gerar habilidades, experiência e recursos sociais que fortaleçam a capacidade para a autonomia.
Ao ser um instrumento parar gerar consciência, o museu comunitário é necessariamente um instrumento para convocar à ação. É um espaço de organização onde a reflexão sobre a história desemboca em iniciativas para intervir nessa história e transformá-la. Surgem projetos para fortalecer a cultura tradicional, para desenvolver novas formas de expressão, para impulsionar a valorização da arte popular, para gerar turismo controlado pela comunidade. Há múltiplas iniciativas de capacitação para abordar as necessidades sentidas pelos diferentes setores da população. 
O museu comunitário é um processo, mais que um produto. Combina e integra processos complexos de constituição do sujeito coletivo da comunidade, através da reflexão, autoconhecimento e criatividade, processos de fortalecimento da identidade, através da legitimação das histórias e valores próprios; processos de melhoramento da qualidade de vida, ao desenvolver múltiplos projetos no futuro, e processos de construção de forças através da criação de redes com comunidades afins. É um processo coletivo que ganha vida no interior da comunidade e por isso podemos afirmar que é um museu “da” comunidade, não é elaborado fora “para” a comunidade. O museu comunitário é uma ferramenta para avançar na autodeterminação, fortalecendo as comunidades como sujeitos coletivos que criam, recriam e decidem sobre sua realidade. 


*Centro INAH Oaxaca.
*Patrícia Brito.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Implantando O Museu Municipal - Subsídios para a Administração

O Sistema Estadual de Museus é um órgão da Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, que visa sistematizar e implementar políticas de integração e incentivo aos museus de todo o Estado, com diretrizes estabelecidas de forma democrática e  participativa por estas instituições.


Objetivos:  
·        Estimular a articulação entre os museus;
·        Visar o aprofundamento das instituições no estado;
·        Estabelecer parcerias entre os museus para a realização de eventos;
·        Desenvolver planos de assistência técnica;
·        Promover atividades formativas;
·        Apoiar o desenvolvimento de projetos de financiamento.


Clientela:

·        Museus públicos e privados que manifestem adesão ao SEM, mediante preenchimento de cadastro. Consideram-se Museus conforme definição do ICOM. O trabalho desenvolvido pelo SEM destina-se exclusivamente a Instituições museológicas.


Patrimônio Cultural

É todo meio ambiente criado pelo homem, incluindo-se os sítios onde se instala, necessários à sua vivência social. Abrangendo não só todas as realizações do homem,como também o meio em que vive e os recursos apresentados pela natureza e que são por ele transformados para prover suas necessidades materiais e espirituais.



Pode ser, ainda, o conjunto de bens móveis e imóveis cuja conservação seja de interesse social, quer por sua vinculação com fatos históricos, quer por seu excepcional valor artístico, arqueológico, etnográfico, bibliográfico, compreendendo os monumentos naturais, os sítios e as paisagens que sejam importante conservar e proteger, pela feição notável com que tenham sido dotadas pela natureza ou agenciadas pelas mais diversas sociedades. Considerando alguns critérios adotados internacionalmente, podemos identificar os bens culturais em:
Sítios compreendem todos os conjuntos criados pela natureza ou pelo homem, que representam um certo valor natural, histórico, científico ou urbano.
Monumentos podem ser considerados os bens isolados que apresentam excepcional valor histórico, artístico, arqueológico ou documental.
Bens Móveis abrangem não apenas realizações de cunho espiritual, como ainda obras de valor utilitário, como o artesanato, o equipamento doméstico e rural, criações de aspecto intelectual e documentação escrita.
Importante parcela da cultura de um povo, o conjunto desses bens assume maior valor social através de sua divulgação, proteção e guarda em museus, casas de cultura, bibliotecas e arquivos onde, valorizados e com a possibilidade de consulta e pesquisa cumprirão seu papel social, fazendo a ligação entre o passado e o presente.

Memória 
“A memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva, cuja busca é uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje, na febre e na angustia” (Le Goff 1990, p.476).
Poder-se-ia dizer do legado cultural o mesmo que G. Simmel disse sobre as ruínas e os monumentos: “Mantém a continuidades cultural, são um nexo dos povos com o seu passado” E a continuidade e a contiguidade com seu passado dão certezas, permitem traçar uma linha na qual nosso presente se encaixe, permitem que saibamos, mais ou menos quem somos e de onde viemos, ou seja, que tenhamos uma identidade”.
Além da questão identitária, a recuperação da memória leva ao conhecimento do patrimônio e este, a sua valorização por parte dos próprios habitantes do local.

Museu  
Conceito
Segundo definição do ICOM “é uma instituição sem fins lucrativos,
permanente, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, e aberta ao público, que adquire, conserva, pesquisa, divulga e expõe, para fins de estudo, educação e divertimento, testemunhos materiais do povo e seu meio ambiente”

Outros locais de guarda de acervo tridimensional que podem ser:
Memorial: local de exaltação de um indivíduo ou fato histórico;
Sala de exposições – é um espaço cultural de dimensões reduzidas, onde estão expostos objetos de interesse histórico-cultural, com a finalidade de preservar a memória de uma organização ou de uma comunidade;

Criação

Todo museu deve ter base legal para o seu funcionamento, sendo necessário:
·        Decreto ou ata de criação;
·        Um documento que defina seu estatuto jurídico e sua natureza;
·        Regimento interno, onde será estabelecido: propósitos, objetivos e política do museu e do papel e composição da própria diretoria, assim como a mantenedora;
·        Organograma;
·        Plano Diretor do Museu (local de instalação, coleção, utilização do espaço, serviços, circulação, entrada, sala de exposição, segurança).

Princípios básicos para gerência de museus

·        Padrões para museus

     A direção do museu tem o dever de manter e desenvolver todos os aspectos do museu, suas coleções e seus serviços. Assim como, assegurar que todas as coleções sejam adequadamente acomodadas, conservadas e documentadas. As necessidades em relação às finanças, instalações, pessoal e serviço irão variar de acordo com o tamanho e responsabilidades de cada museu.

·        Estatuto

     Cada museu deve ter um estatuto escrito ou outro documento delineando claramente sua condição local e permanente de natureza sem fins lucrativos.

·        Instalações

     As instalações devem oferecer um ambiente adequado para a segurança física e preservação das coleções. Devem ser adequadas, para que o museu realize as funções básicas de coletar, pesquisar, armazenar, conservar, educar e expor, incluindo acomodações para os funcionários.

·        Documentação

     É de fundamental importância o registro e documentação adequada do acervo de acordo com padrões apropriados e normas internas e específicas de cada museu. É de particular importância que tal documentação inclua detalhes sobre a origem de cada objeto e as condições de sua recepção no museu. Através das informações contidas na documentação é que a memória é preservada.

□   AQUISIÇÃO
□   REGISTRO OU INVENTÁRIO
□   CLASSIFICAÇÃO
□   CATALOGAÇÃO
□   PESQUISA

·        Responsabilidade para com as coleções

     Deve existir uma política de acervo escrita, e que, periodicamente, ela seja revista e revisada se constituindo na base de todas as decisões e recomendações em relação a aquisições.
    Todos os itens que derem entrada no museu devem ser documentados de maneira adequada e completa. Assim como devem ser conservados, protegidos e mantidos de forma apropriada.

·        Conservação Preventiva

O museu tem a obrigação de adotar os cuidados apropriados à conservação tanto das coleções existentes e os itens individuais pelos quais a instituição é responsável, e assegurar-se de que serão aplicados todos os conhecimentos e recursos disponíveis. Incluindo a preservação de proteção ambiental adequada contra as causas naturais ou artificiais conhecidas de deterioração de espécimes e obras de arte do museu.

·        Aquisições

Todos os objetos adquiridos devem ser pertinentes a política e atividades dos museus, com uma definição clara da necessidade da aquisição, a comprovação legal de toda a transação de aquisição, e da origem do objeto em questão.
Coleta de campo precisa ser precedida por investigação, de forma a assegurar de que esta atividade não está afetando a política nacional de preservação do patrimônio histórico, assim como se é justificável em termos acadêmicos e científicos. As doações, legados e empréstimos devem ser aceitos somente se estão de acordo com a política de aquisição e exposição declaradas do museu. Doações  com cláusulas condicionais especiais podem ser rejeitadas desde que contrárias a filosofia do museu.

·        Pessoal

O museu deve contar com um número suficiente de pessoal qualificado, indispensáveis para garantir ao museu a capacidade de atender a suas responsabilidades. Existe hoje em dia uma ampla gama de especializações em um museu, incluindo conservadores/restauradores, cientistas, pessoal de serviço educativo de museu, controladores e especialistas em computação, gerentes de serviços de segurança, etc. O museu deve fazer uso apropriado de tais especialistas os quais precisam ter treino profissional apropriado  acadêmico, técnico e profissional a fim de desempenharem seu papel em relação a operacionalidade  do museu e ao cuidado pelo acervo.

·        Exposições

Além de preservar e conservar o seu acervo o museu tem a responsabilidade de desenvolver conhecimento, através de pesquisa, trabalho educativo, exposições permanentes e temporárias e outras atividades especiais.

·        Acesso Público

O público em geral (ou grupos especializados, no caso de museus dedicados a um público limitados), deve ter acesso às exposições durante um horário razoável e em períodos regulares.

·        O papel educativo e comunitário do museu

Um museu, por definição, é uma instituição a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, e geralmente é aberta ao público. Sendo assim deve aproveitar  todas as oportunidades para desenvolver o seu papel de recurso educativo a ser usado por todos os setores da população ou grupos especializados, aos quais ele tem por objetivo servir.

Financiamento

Fundos suficientes precisam estar à disposição em base regular, de fontes públicas ou particulares, a fim de permitir ao corpo diretivo executar e desenvolver o trabalho do museu. Os recursos dos museus públicos (municipal, estadual ou federal) devem ser de dotação orçamentária própria. Alternativa de fontes que podem complementar os recursos disponíveis é a apresentação de projetos para financiamento seja pelas leis de incentivos fiscais – Federal (Lei Rouanet), Estadual (Lei de Incentivo à Cultura); pelos fundos  - Fundo Nacional da Cultura, Fundo de Investimento Cultural e Artístico (FICART – MINC), Fundo de Apoio à Cultura (FAC – SEDAC); por agências financiadoras – FAPERGS (Pró Museu), CNPq , CAPES-; ou entidades privadas – Fundação VITAE.

Educação Patrimonial

É um processo permanente e sistemático de trabalho educacional centrado no patrimônio cultural como fonte primária de conhecimento, nesse sentido é um instrumento de “alfabetização cultural” pois permite o conhecimento e a apropriação consciente pelas comunidades do seu patrimônio, reforçando o sentimento de identidade e cidadania. Consiste em provocar situações de aprendizado sobre o processo cultural e seus produtos e manifestações, que despertem nos indivíduos o interesse em resolver questões significativas para sua vida pessoal e coletiva.

Museu  e Turismo 

Os museus devem integrar um projeto responsável de desenvolvimento sustentável através do turismo cultural, que servirá a população local no processo de integração entre o turismo e a ação social das comunidades envolvidas. E, para que patrimônio e turismo possam ter uma convivência saudável, é necessário que haja planejamento profissional aliado as diferentes áreas do conhecimento, para que se possa desenvolver um produto turístico de qualidade, para ser usufruído pela comunidade local.

Implantando O Museu Municipal - Subsídios para a Administração

O Sistema Estadual de Museus é um órgão da Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, que visa sistematizar e implementar políticas de integração e incentivo aos museus de todo o Estado, com diretrizes estabelecidas de forma democrática e  participativa por estas instituições.


Objetivos:  
·        Estimular a articulação entre os museus;
·        Visar o aprofundamento das instituições no estado;
·        Estabelecer parcerias entre os museus para a realização de eventos;
·        Desenvolver planos de assistência técnica;
·        Promover atividades formativas;
·        Apoiar o desenvolvimento de projetos de financiamento.


Clientela:

·        Museus públicos e privados que manifestem adesão ao SEM, mediante preenchimento de cadastro. Consideram-se Museus conforme definição do ICOM. O trabalho desenvolvido pelo SEM destina-se exclusivamente a Instituições museológicas.


Patrimônio Cultural

É todo meio ambiente criado pelo homem, incluindo-se os sítios onde se instala, necessários à sua vivência social. Abrangendo não só todas as realizações do homem,como também o meio em que vive e os recursos apresentados pela natureza e que são por ele transformados para prover suas necessidades materiais e espirituais.



Pode ser, ainda, o conjunto de bens móveis e imóveis cuja conservação seja de interesse social, quer por sua vinculação com fatos históricos, quer por seu excepcional valor artístico, arqueológico, etnográfico, bibliográfico, compreendendo os monumentos naturais, os sítios e as paisagens que sejam importante conservar e proteger, pela feição notável com que tenham sido dotadas pela natureza ou agenciadas pelas mais diversas sociedades. Considerando alguns critérios adotados internacionalmente, podemos identificar os bens culturais em:
Sítios compreendem todos os conjuntos criados pela natureza ou pelo homem, que representam um certo valor natural, histórico, científico ou urbano.
Monumentos podem ser considerados os bens isolados que apresentam excepcional valor histórico, artístico, arqueológico ou documental.
Bens Móveis abrangem não apenas realizações de cunho espiritual, como ainda obras de valor utilitário, como o artesanato, o equipamento doméstico e rural, criações de aspecto intelectual e documentação escrita.
Importante parcela da cultura de um povo, o conjunto desses bens assume maior valor social através de sua divulgação, proteção e guarda em museus, casas de cultura, bibliotecas e arquivos onde, valorizados e com a possibilidade de consulta e pesquisa cumprirão seu papel social, fazendo a ligação entre o passado e o presente.

Memória 
“A memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva, cuja busca é uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje, na febre e na angustia” (Le Goff 1990, p.476).
Poder-se-ia dizer do legado cultural o mesmo que G. Simmel disse sobre as ruínas e os monumentos: “Mantém a continuidades cultural, são um nexo dos povos com o seu passado” E a continuidade e a contiguidade com seu passado dão certezas, permitem traçar uma linha na qual nosso presente se encaixe, permitem que saibamos, mais ou menos quem somos e de onde viemos, ou seja, que tenhamos uma identidade”.
Além da questão identitária, a recuperação da memória leva ao conhecimento do patrimônio e este, a sua valorização por parte dos próprios habitantes do local.

Museu  
Conceito
Segundo definição do ICOM “é uma instituição sem fins lucrativos,
permanente, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, e aberta ao público, que adquire, conserva, pesquisa, divulga e expõe, para fins de estudo, educação e divertimento, testemunhos materiais do povo e seu meio ambiente”

Outros locais de guarda de acervo tridimensional que podem ser:
Memorial: local de exaltação de um indivíduo ou fato histórico;
Sala de exposições – é um espaço cultural de dimensões reduzidas, onde estão expostos objetos de interesse histórico-cultural, com a finalidade de preservar a memória de uma organização ou de uma comunidade;

Criação

Todo museu deve ter base legal para o seu funcionamento, sendo necessário:
·        Decreto ou ata de criação;
·        Um documento que defina seu estatuto jurídico e sua natureza;
·        Regimento interno, onde será estabelecido: propósitos, objetivos e política do museu e do papel e composição da própria diretoria, assim como a mantenedora;
·        Organograma;
·        Plano Diretor do Museu (local de instalação, coleção, utilização do espaço, serviços, circulação, entrada, sala de exposição, segurança).

Princípios básicos para gerência de museus

·        Padrões para museus

     A direção do museu tem o dever de manter e desenvolver todos os aspectos do museu, suas coleções e seus serviços. Assim como, assegurar que todas as coleções sejam adequadamente acomodadas, conservadas e documentadas. As necessidades em relação às finanças, instalações, pessoal e serviço irão variar de acordo com o tamanho e responsabilidades de cada museu.

·        Estatuto

     Cada museu deve ter um estatuto escrito ou outro documento delineando claramente sua condição local e permanente de natureza sem fins lucrativos.

·        Instalações

     As instalações devem oferecer um ambiente adequado para a segurança física e preservação das coleções. Devem ser adequadas, para que o museu realize as funções básicas de coletar, pesquisar, armazenar, conservar, educar e expor, incluindo acomodações para os funcionários.

·        Documentação

     É de fundamental importância o registro e documentação adequada do acervo de acordo com padrões apropriados e normas internas e específicas de cada museu. É de particular importância que tal documentação inclua detalhes sobre a origem de cada objeto e as condições de sua recepção no museu. Através das informações contidas na documentação é que a memória é preservada.

□   AQUISIÇÃO
□   REGISTRO OU INVENTÁRIO
□   CLASSIFICAÇÃO
□   CATALOGAÇÃO
□   PESQUISA

·        Responsabilidade para com as coleções

     Deve existir uma política de acervo escrita, e que, periodicamente, ela seja revista e revisada se constituindo na base de todas as decisões e recomendações em relação a aquisições.
    Todos os itens que derem entrada no museu devem ser documentados de maneira adequada e completa. Assim como devem ser conservados, protegidos e mantidos de forma apropriada.

·        Conservação Preventiva

O museu tem a obrigação de adotar os cuidados apropriados à conservação tanto das coleções existentes e os itens individuais pelos quais a instituição é responsável, e assegurar-se de que serão aplicados todos os conhecimentos e recursos disponíveis. Incluindo a preservação de proteção ambiental adequada contra as causas naturais ou artificiais conhecidas de deterioração de espécimes e obras de arte do museu.

·        Aquisições

Todos os objetos adquiridos devem ser pertinentes a política e atividades dos museus, com uma definição clara da necessidade da aquisição, a comprovação legal de toda a transação de aquisição, e da origem do objeto em questão.
Coleta de campo precisa ser precedida por investigação, de forma a assegurar de que esta atividade não está afetando a política nacional de preservação do patrimônio histórico, assim como se é justificável em termos acadêmicos e científicos. As doações, legados e empréstimos devem ser aceitos somente se estão de acordo com a política de aquisição e exposição declaradas do museu. Doações  com cláusulas condicionais especiais podem ser rejeitadas desde que contrárias a filosofia do museu.

·        Pessoal

O museu deve contar com um número suficiente de pessoal qualificado, indispensáveis para garantir ao museu a capacidade de atender a suas responsabilidades. Existe hoje em dia uma ampla gama de especializações em um museu, incluindo conservadores/restauradores, cientistas, pessoal de serviço educativo de museu, controladores e especialistas em computação, gerentes de serviços de segurança, etc. O museu deve fazer uso apropriado de tais especialistas os quais precisam ter treino profissional apropriado  acadêmico, técnico e profissional a fim de desempenharem seu papel em relação a operacionalidade  do museu e ao cuidado pelo acervo.

·        Exposições

Além de preservar e conservar o seu acervo o museu tem a responsabilidade de desenvolver conhecimento, através de pesquisa, trabalho educativo, exposições permanentes e temporárias e outras atividades especiais.

·        Acesso Público

O público em geral (ou grupos especializados, no caso de museus dedicados a um público limitados), deve ter acesso às exposições durante um horário razoável e em períodos regulares.

·        O papel educativo e comunitário do museu

Um museu, por definição, é uma instituição a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, e geralmente é aberta ao público. Sendo assim deve aproveitar  todas as oportunidades para desenvolver o seu papel de recurso educativo a ser usado por todos os setores da população ou grupos especializados, aos quais ele tem por objetivo servir.

Financiamento

Fundos suficientes precisam estar à disposição em base regular, de fontes públicas ou particulares, a fim de permitir ao corpo diretivo executar e desenvolver o trabalho do museu. Os recursos dos museus públicos (municipal, estadual ou federal) devem ser de dotação orçamentária própria. Alternativa de fontes que podem complementar os recursos disponíveis é a apresentação de projetos para financiamento seja pelas leis de incentivos fiscais – Federal (Lei Rouanet), Estadual (Lei de Incentivo à Cultura); pelos fundos  - Fundo Nacional da Cultura, Fundo de Investimento Cultural e Artístico (FICART – MINC), Fundo de Apoio à Cultura (FAC – SEDAC); por agências financiadoras – FAPERGS (Pró Museu), CNPq , CAPES-; ou entidades privadas – Fundação VITAE.

Educação Patrimonial

É um processo permanente e sistemático de trabalho educacional centrado no patrimônio cultural como fonte primária de conhecimento, nesse sentido é um instrumento de “alfabetização cultural” pois permite o conhecimento e a apropriação consciente pelas comunidades do seu patrimônio, reforçando o sentimento de identidade e cidadania. Consiste em provocar situações de aprendizado sobre o processo cultural e seus produtos e manifestações, que despertem nos indivíduos o interesse em resolver questões significativas para sua vida pessoal e coletiva.

Museu  e Turismo 

Os museus devem integrar um projeto responsável de desenvolvimento sustentável através do turismo cultural, que servirá a população local no processo de integração entre o turismo e a ação social das comunidades envolvidas. E, para que patrimônio e turismo possam ter uma convivência saudável, é necessário que haja planejamento profissional aliado as diferentes áreas do conhecimento, para que se possa desenvolver um produto turístico de qualidade, para ser usufruído pela comunidade local.
“No interior de grandes períodos históricos, a forma de percepção das coletividades humanas se transforma ao mesmo tempo que seu modo de existência” (BENJAMIN, 1993: 169).




O museu tem, com a Biblioteca e o Arquivo, algumas características em comum: são eles os depositários da memória coletiva, o que não se resume apenas à manutenção e conservação das coleções. Envolve também a exposição desse acervo para as pessoas de forma a prover o rápido acesso e recuperação dos objetos ou informações desejados, o que leva à necessidade de um trabalho interno de identificação, catalogação e de classificação, seja uma coleção de livros, de quadros ou de vasos etruscos. No entanto estas operações não surgem com o museu, nem com a biblioteca e nem com o arquivo, mas com a coleção, seja ela qual for, e estão (as operações) muito próximas - na sua origem - com as classificações dos seres e do conhecimento.

Walter Benjamim já havia enfocado a reprodução técnica como uma idéia libertadora: “Retirar o objeto de seu invólucro, destruir sua aura, é a característica de uma forma de percepção cuja capacidade de captar ‘o semelhante do mundo’ é tão aguda, que graças à reprodução ela consegue captá-lo até no fenômeno único. (...) com a reprodutibilidade técnica, a obra de arte se emancipa, pela primeira vez na história, de sua existência parasitária, destacando-se do ritual. A obra de arte reproduzida é cada vez mais a reprodução de uma obra de arte criada para ser reproduzida” (BENJAMIN:1993: 170,171.

Benjamin percebe estas mudanças na virada do século XIX para o XX com a fotografia e o cinema. O retrato seria o último suspiro do valor de culto, que aos poucos é substituído pela imagem, que demanda uma percepção diferente por parte do observador “ao suscitar o entendimento da fotografia como uma nova possibilidade de leitura do mundo e de investigação da realidade, e não como possibilidade de contemplação” (Idem, ibidem). É através da identificação dos indícios, marcas e vestígios presentes na fotografia que se lê o acontecimento “de uma realidade revelando-se” (Idem, ibidem). Benjamin fala de um “inconsciente ótico” para descrever aquilo que está fora do “espectro de uma percepção sensível normal” e que a câmera consegue captar e oferecer à visão. O instante ‘congelado’ do andar, a ampliação de pequenos objetos, enfim o uso da técnica e da ciência para ampliar o espectro da percepção ‘normal’.

MUSEOLOGIA

Museologia (do grego μουσειόν = museión 'museu', lugar das musas, e λόγος = logos, razão) é a área do conhecimento dedicada especialmente à administração, manutenção, organização de exposições e eventos em museus.
Os primeiros museus, chamados "gabinetes de curiosidades", surgidos entre os séculos XV e XVI, eram um "amontoado" de objetos sem relação entre si, sem nenhuma classificação ou ordenação, que praticamente não transmitiam nenhuma informação.
Somente no fim do século XIX que um museu, o Museu de História Natural de Londres, exibiu seus objetos ordenados cientificamente, graças à classificação de Carlos Lineu. Durante o século XX, as técnicas de exposição foram incorporando os avanços da comunicaçãoe da ciência da informação, havendo hoje museus que fazem uso de multimídia. No Brasil, por exemplo, o Museu da Língua Portuguesa usa recursos como projeção de imagens para transmitir a informação sobre o "acervo" (no caso, a própria língua portuguesa).
A museologia hoje trata desde as técnicas de restauração, conservação, acondicionamento e documentação do acervo até a preparação de mostras, exposições e ações culturais. Atualmente o museólogo trabalha com as ciências da comunicação e dacomputação. A televisão e a informática tem sido incorporadas para transmitir os conteúdos de forma lúdica e eficiente e a manipulação, estudo e catalogação dos objetos passou a ser praticamente uma condição essencial aos museus, assim como a inclusão de tecnologia que durante muito tempo ficou restrita a parques de diversão (trens para percorrer réplicas de minas e cavernas,dinossauros, etc.).

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

MUSEÓLOGO

O museólogo é o profissional que estuda os museus a partir das interações entre homem, cultura e natureza, dentro dos diferentes sistemas de pensamento.
As responsabilidades do museólogo incluem a salvaguarda, documentação, difusão de acervos naturais e culturais; planejamento e realização de exposições; desenvolvimento de programas educativos e culturais; defesa do patrimônio; defesa do respeito à vida, à pluralidade biológica e cultural e à igualdade de direitos em todas as sociedades.
O museólogo atua em museus, centros culturais, institutos de pesquisa, centros de documentação, galerias de arte, e qualquer instituição ligada à proteção, documentação, conservação, pesquisa e difusão do patrimônio cultural.
A profissão de museólogo, no Brasil, é regulamentada por Lei desde 1984 e tem seus direitos garantidos pelos Conselhos Regionais e o Conselho Federal de Museologia.

MUSEU

Definição de 1956: Um museu é uma instituição de caráter permanente, administrado para interesse geral, com a finalidade de recolher, conservar, pesquisar e valorizar de diversas maneiras um conjunto de elementos de valorcultural e ambiental[1]: coleções de objetos artísticos, históricos, científicos etécnicos. Em uma perspectiva alargada, o conceito abrange ainda jardins botânicos, zoológicos, aquários, planetários, parques nacionais, sítios arqueológicos e outros.
Definição aprovada pela 20ª Assembléia Geral. Barcelona, Espanha, 6 de julho de 2001: Um museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e de seu entorno, para educação e deleite da sociedade. (Fonte: IBRAM)

ECOMUSEU

Um Ecomuseu é o modelo contemporâneo de Museu, segue os atuais paradigmas científicos-filosóficos em oposição ao modelo tradicionalista cartesiano. Neste tipo de museu, membros de uma comunidade tornam-se atores do processo de formulação, execução e manutenção do mesmo, sendo podendo ser em algum momento, acessorados por um Museólogo . É um novo conceito de museus colocado em prática na década de 1970, na França. A evolução verdadeira do que foi chamado, por Hugues de Varine, de Ecomuseu, se deu primeiramente por uma sucessão de práticas para depois ser colocada em palavras por tantos teóricos, a partir das definições de Rivière em sua famosa "Definição evolutiva do Ecomuseu".
Segundo Jean Clair (1976), o Ecomuseu prolonga e reforça as diversas formas de atividade museológica, acrescentando-lhes uma abertura original nunca vista antes. "Museu do espaço e museu do tempo, ele se ocupa de apresentar, por sua vez, as variações de diversos lugares num mesmo tempo, de acordo com uma perspectiva sincrônica, e as variações de um mesmo lugar em diversos tempos, de acordo com uma perspectiva diacrônica."
O autor comenta ainda que: "Foi a partir de 1936 que Georges-Henri Rivière elaborou os primeiros esboços do que seria futuramente aEcomuseologia. No início dos anos 50, definiu a teoria do Ecomuseu. As primeiras realizações práticas aconteceram nos anos 60. Antes de mais nada na sua concepção, está a preocupação ecológica."
Esta não é uma idéia nova. Já se pode constatar uma preocupação com o meio ambiente desde o surgimento do capitalismo "selvagem" como ameaça. Em compensação, os diversos tipos de museus que surgiram até então ainda não manifestavam esta preocupação; se conservam testemunhos do passado, se reconstituem conjuntos naturais, e se protegem micro-ambientes naturais, entretanto eles não intervêm jamais diretamente sobre a proteção do meio ambiente natural. Um dos objetivos primordiais do Ecomuseu é, ao contrário, agir para proteger estes conjuntos ambientais.
Clair ainda explica que "além disto, o que o Ecomuseu postula, mais do que uma participação do público, é uma cooperação doshabitantes." Assim os habitantes são chamados a tornar-se atores, mais do que figurantes, e a atuar na construção de um museu que é para eles e que está voltado para sua cultura – independente de qualquer visitante. Como o resultado de uma série de mal-entendidos, pelo que afirma Varine , o termo "Ecomuseu" veio a ser usado tanto para designar esquemas inovadores como para projetos convencionais que pretendem chamar a atenção para o novo vocábulo. Mas para o autor isto pouco importa: museólogos dedicados ao novo movimento facilmente reconhecem ativistas com ideologias neste sentido e seguem a busca por uma "museologia da libertação" que pode ajudar comunidades a se encontrarem com elas mesmas e acharem a força e os meios para viver e atuar como agentes dos seus próprios futuros.

sábado, 1 de janeiro de 2011

DIFERENÇA PARA A FORMA TRADICIONAL

Para Varine , o Novo Museu é diferente do museu tradicional na ênfase dada ao território (meio ambiente ou sítio), em vez de enfatizar o prédio institucional em si; no patrimônio, em vez da coleção; na comunidade, em vez dos visitantes. Em todo caso, é o território que define e comumente nomeia o museu, mais do que o rótulo de "Ecomuseu". Não pode haver um modelo para este Novo Museu (ou Ecomuseu). Ele é um estado mental e uma forma de aproximação que acarreta um processo construtivo enraizado no território.
Ou seja, no Museu Clássico ou Tradicional, a museologia se dá da seguinte forma:
- Edifício + Coleção + Público
No Ecomuseu, de acordo com a visão da Nova Museologia, os ingredientes de expandem:
- Território + Patrimônio (Material ou Imaterial) + Comunidade
Esta nova forma que o Museu se apresenta, que veio se desenvolvendo na modernidade, seja ela chamada de Ecomuseologia, Nova Museologia, museologia comunitária ou museologia ativa, é a única Museologia que dá suporte ao homem para que este se desenvolva em seu meio, de forma sustentável, a partir de suas relações com o Real.

CADASTRO DE INSTITUIÇÕES MUSEOLÓGICAS

Nº do Registro: ____________                               Data de Recebimento: ____/___/______.                 



1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1.1     NOME COMPLETO DO MUSEU:______________________________________________________________
__________________________________________________________  1.2 SIGLA:_­­­­­­­­­­­­­­­­­­­_______________________________________
1.3 ENDEREÇO COMPLETO___________________________________________________________________
___________________________________________________________  1.4 CIDADE: _____________________________ 
1.5 UF: __________     1.6 CEP: __________________     1.7 CAIXA POSTAL: ____________________________
1.8 TELEFONES: (0xx___) _________________________________  1.9 FAX: ___________________________
1.10 SITE:________________________________________ 1.11 E-MAIL: ______________________________


2. CARACTERIZAÇÃO JURÍDICA

2. 1 O MUSEU É DE DIREITO:
[__]  Público [__] Federal       
                     [__] Estadual
                     [__] Municipal
[__]  Misto: ________________________________________           [__]  Fundação                       [__]  Privado                          
[__]  Outros: _________________________________________________________________________________________________
2.2 INSTRUMENTO JURÍDICO DE CRIAÇÃO DO MUSEU:
A.    [__]  Lei                                          número: ________________________________                                data: _____/_______/__________
B.       [__] Decreto                                   número: ________________________________                                data: _____/_______/__________
C.       [__] Portaria                                   número: ________________________________                                data: _____/_______/__________
D.       [__] Contrato Social                       número: ________________________________                                data: _____/_______/__________
E.        [__] Estatuto                                   número: ________________________________                                data: _____/_______/__________
F.        [__] Outros (especificar): ____________________________________________________________________________________


3. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA

3.1 SEDE:
[__] Própria             [__] Comodato
[__] Cedida             [__] outros: (especificar:) ________________________________________________________________________
[__] Alugada
3.2 QUANTIFIQUE OS ESPAÇOS EXISTENTES NO MUSEU:


[__] administração
[__] almoxarifado
[__] arquivo
[__] auditório
[__] biblioteca
[__] laboratório fotográfico
[__] laboratório de restauro
[__] reserva técnica
[__] sala de exposições
[__] sala para atividades educativas (ateliês/oficinas):
[__] sala de reuniões
[__] sala para atividades museológicas/museográficas
[__] sala multimeios/ videoteca


[__] copa                [__] jardim               [__] pátio                [__]  vestiário
[__] outras instalações (especificar:) _______________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________

3.3 QUANTIFIQUE AS INSTALAÇÕES EXISTENTES NO MUSEU:


[__] Bebedouro
[__] Estacionamento
[__] Lanchonete/Cantina
[__] Restaurante
[__] Livraria
[__] Loja
[__] Recepção
[__] Sanitário
[__] Telefone Público

       Instalações Especiais

[__] Rampa/Elevador para deficientes físicos
[__] Sanitários para deficientes físicos



4. ACERVO

4.1 EM RELAÇÃO AO ACERVO, O MUSEU PODE SER CLASSIFICADO EM QUAL CATEGORIA (cite no máximo duas).



[__] Arqueológico
[__] Artístico
[__] Biográfico/Memorial
[__] Botânico
[__] Científico/Tecnológico
[__] Folclore
[__] Etnológico
[__] História Natural
[__] Histórico
[__] Zoológico
[__] Outros:
______________________________


4.2 NÚMERO TOTAL DE PEÇAS DO ACERVO: _____________________________
4.3 O ACERVO É REGISTRADO/DOCUMENTADO? [__] Não                [__] Sim (especifique a forma e a porcentagem total)


[__] Livro de Tombo                               _______%
[__] Ficha de catalogação/registro        _______%
[__] Programas informatizados/bases de dados  _______%
[__] Outros:_______________________________________________________________________________           _______%


4.4 A DOCUMENTAÇÃO DO ACERVO É INFORMATIZADA? [__] Não [__] Sim (especifique o sistema e/ou programa adotado)
____________________________________________________________________________________________________________




5. FUNCIONAMENTO e PÚBLICO


5.1 INÍCIO DO FUNCIONAMENTO DO MUSEU:  ______/________/_____________
5.2 CONDIÇÃO ATUAL DE FUNCIONAMENTO: [__] Em Atividade        [__]  Em Implantação*             [__]  Paralisado* 
*Esclarecer a data e o estágio ou motivo de paralisação: ______________________________________________________________
5.3 DIAS E HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO INTERNO: _______________________________________________________________________________________________________            
5.4 DIAS E HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO PARA O PÚBLICO:
_______________________________________________________________________________________________________            
5.5 É COBRADO INGRESSO?   [__] Não               [__] Sim (especifique o valor) ____________________________________________
5.6 EXISTE ALGUM CONTROLE DE PÚBLICO?  [__] Não      [__] Sim (especifique) __________________________________________
5.7 EXISTE PESQUISA DE PÚBLICO?  [__] Não     [__] Sim (especifique) __________________________________________________ 
5.8 ESPECIFIQUE O NÚMERO MÉDIO DE FREQUENTADORES DO MUSEU E A PORCENTAGEM EM RELAÇÃO AO TIPO DE PÚBLICO:
[_______] Anual     _______% estudantes _______% residentes    _______% turistas brasileiros  _______% turistas estrangeiros
[_______] Mensal   _______% estudantes _______% residentes    _______% turistas brasileiros  _______% turistas estrangeiros
[_______] Diário     _______% estudantes _______% residentes    _______% turistas brasileiros  _______% turistas estrangeiros

UTILIZE ESTE ESPAÇO PARA OUTRAS OBSERVAÇÕES QUE JULGAR IMPORTANTE:

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


6. AUTENTICAÇÃO

6.1 Nome do responsável pelo preenchimento do cadastro_____________________________________________________________
6.2 Cargo ou Função e Assinatura ________________________________________________________________________________
6.3 Nome do Diretor do Museu ou Responsável______________________________________________________________________
6.4 Assinatura________________________________________________________________________________________________                                  


7. PARECER DO REGISTRO DO SISTEMA ESTADUAL DE MUSEUS

Registro nº________________________
Data: ____________________________
Observação: _________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
(Fonte: Conselho Federal de Museologia)